Consultório

16.1.10

Dependência Química


Atualmente, a medicina define droga como qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento.
Uma pessoa poderá iniciar o consumo por curiosidade ou divertimento, mas poderá vir a desenvolver o uso nocivo indo em direção à dependência. Algumas pessoas experimentarão e perderão o interesse. Outras terão a sensação de que não mais poderão viver sem a droga. O que complica é que um indivíduo quando em contato com a droga estará envolvido com sua predisposição biológica, antes de tudo. Genética, dinâmica familiar, aspectos psicológicos e sociais, também poderão ser determinantes.
Algumas pessoas ao usarem drogas estarão em busca de alívio de sintomas, a chamada “automedicação”, significando que a questão da comorbidade também estará envolvida em alguns casos. Por outro lado, algumas pessoas poderão desenvolver doença mental a partir do uso de drogas.


Segundo classificações diagnósticas, poderíamos dizer que o uso nocivo ocorre quando há recorrência do fracasso em cumprir obrigações, perigos físicos, problemas legais, uso continuado apesar de problemas sociais persistirem, dano real causado à saúde física ou mental do usuário. Já a dependência acontece quando há compulsão ao consumo (desejo incontrolável de consumir), aumento da tolerância (aumento de doses para alcançar o mesmo efeito), síndrome de abstinência (sintomas quando há cessação do consumo), alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo (consumo como alívio da abstinência), relevância do consumo (consumo como prioridade), estreitamento ou empobrecimento do repertório (perda das referências internas e externas – passar a usar no trabalho, por exemplo) e reinstalação da síndrome de dependência (ressurgimento dos sintomas de abstinência após um período de abstinência).


É bom lembrar que nenhum padrão de consumo está isento de riscos. O consumo quase sempre vem acompanhado de complicações (acidentes, brigas, perda de compromissos, etc). Entre o bebedor social e o dependente incontrolável há inúmeros padrões de consumo.


A dependência química é doença, mas o paciente tem responsabilidade pelo processo de cura. Para tanto, a família deverá também estar engajada num movimento de saúde, orientando-se acerca de suas responsabilidades enquanto parte da dinâmica.


Menos de 5% que iniciaram um tratamento não recaem. Mais de 70% recaem nos primeiros 03 meses de tratamento. A abordagem motivacional é a mais utilizada e o tratamento ambulatorial é valorizado, mas há casos em que o paciente precisará ser internado (presença de comorbidades psiquiátricas graves e de complicações clínicas, perda de suporte social e/ou familiar e fracasso do ambulatorial associado ou não a complicações sociais). Buscar ajuda profissional é o mais indicado. O profissional realizará o diagnóstico em relação ao consumo de drogas e fará o encaminhamento mais adequado ao tratamento.

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